Wander Sáh

Wander Sáh

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Cidade/EstadoBelo Horizonte / MG
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Quimera do Sertão

Composição: Wander Sáh.
Dizem que um velho prometia Fazer chover pelo sertão Das mandingas que sabia Reza canto e benzição Caminhando entre os mandacarus As mobílias da pobreza Por cirandas de urubus Sob o sol e a peleja Cada raio queima uma esperança vil Se é de Deus seja bem vindo Mas quando a chuva molha o grão Me perdoe meu senhor A terra fica sorrindo Os repentes que cantava Parecia uma oração A Iara a mãe d'água Um suplício ao Deus trovão Na gibeira um amuleto, um condão Era um velho pergaminho Parecia poetizar e rimava com amar O que via no caminho Ele ergueu pro céu seu terço de marfim E aos brados ele rogava De repente ecoou por todo aquele sertão Uma grande trovoada E choveu por treze dias Treze noites sem parar Inundado de alegria o povo vinha louvar Lágrimas se misturavam ao temporal E formavam uma enxurrada A chuva encharcava o chão gado e o milharal E as mãos tão calejadas E molhava aquela esperança vil Do verde que se sonhava Que cobria a plantação lhe agradeço meu senhor E o olhar de quem olhava E o velho virou poeira Ou será que se perdeu Virou anjo ou estrela ele desapareceu Muitos dizem que ele era o próprio Deus Pela fé que ele pregava Transmitia amor e paz um amar, amar, amar Por onde ele passava Talvez fosse fruto da imaginação Desse povo tão sofrido Que se agarra aos seus santos Pra ludibriar os prantos Se mantendo sempre vivo Onde o velho fez a última oração Construíram uma capela No altar seu pergaminho com suas manuscrições Alimentam essa quimera

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