TIA VEIA

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EstiloRock
Cidade/EstadoRio de Janeiro / RJ
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Imagem de Migre ReisMigre ReisVoz
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Release

Finalmente os meus sobrinhos remelentos me deram a chance de dizer o que eu acho sobre essa coisa toda de ser artista. O que eu acho: Palhaçada!

Ninguém deu pros estudos, passaram anos vagabundeando e fazendo barulho dentro de casa com a desculpa de que um dia iam ganhar dinheiro fazendo isso.
Como tem trouxa para tudo nesse mundo, que não te conhece que te compre, cambada!

TIA VÉIA NOS MÍNIMOS DETALHES

Tudo começou numa tarde de domingo, faz muitos anos, quando Migre e Marimba foram deixados em minha porta ainda pequenos. Indefesos, sujos, famintos, vestindo as roupas mais feias que já vi na vida, traziam consigo apenas um bilhete onde lia-se, numa caligrafia porca bem típica das safadas que faltam a escola e vão dar atrás do pátio, "Pari, mas não vai dar pra criar, não". Que fazer? Tentei mandar pro orfanato, me ameaçaram de denuncia por maus tratos e acabei criando.
Já não bastasse os dois ranhentos que já mantinham a minha despensa quase sempre a ecoar, um belo dia, minha irmã mais nova resolve fugir com o anão que fazia o papel de homem bala num circo de quinta, a julgar pelo tamanho, o infeliz era o homem tic-tac. O importante aqui é que um ano depois, ela me aparece com o moleque debaixo do braço e me diz que o circo faliu e que agora eles iam tentar a sorte num cabaré na Espanha, com um número flamenco. Diante desse panorama, não me restou opção senão ficar com Carlota antes que o pobre terminasse seus dias dançando a Conga em alguma tenda no Saara para um público de Beduínos! Já eram 3 ranhentos e as coisas iam muito bem. Mal conseguia conter o orgulho de ver Migre ser aceito na pré-escola aos 8 anos! Foi no dia de Santo Antônio que Deus resolveu me pregar mais uma peça. O padre havia me dito durante a confissão que Ele tinha um plano pra mim, só esqueceu de contar que o plano dele era me foder. Quando saía da missa e me preparava para entrar na fila do pão bento presenciei uma barbárie. Todas as beatas rodeavam o pobre garoto e pude ouvir os gritos de indignação ao longe. Era o Trackinas, atracado com o saco do pão bento. A sorte do ranhento foi que eu cheguei a tempo de resgatá-lo antes das beatas tirarem os pães de dentro dele na base da porrada. Levei uma ou duas mordidas na batata da perna até conseguir ensinar ao moleque que não podia comer tudo que via pela frente. Até hoje tenho minhas dúvidas se ele realmente entendeu a idéia.
Parece piada? Ainda não! Ter 4 ranhentos não era o suficiente para satisfazer a necessidade divina de me sacanear.
Como alimentar 4 não era nada fácil, acabei trabalhando na maternidade como faxineira, foi quando deu-se o derradeiro golpe: o Pé-grande se juntou aos remelentos.
Reza a lenda, que seus pés imensos o fizeram ficar preso, o parto durou 16 horas, dessas, 15 foram só para tirar os pés do moleque de dentro da mãe, que logo que se recuperou do parto tornou-se uma freira reclusa, mas não antes de passar por uma histerectomia, para que nem Deus conseguisse botar outra criança dentro dela!
O pobrezinho ficou 6 meses sendo rejeitado por todos no hospital, nem os orfanatos o aceitavam. Onde comiam 3 e o Trackinas, comeria mais um. Difícil era fazer os ranhentos não usarem o irmão mais novo como João bobo.
Os anos passaram, e os remelentos agora cismaram que vão ser artistas. PUTA QUE PARIU! Depois, ainda vão dizer que a culpa foi minha, que não criei direito.

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