"Gabriel faz rock em Maringá desde 2003. Começou com a banda punk Plaft, passou pelo rockabilly inocente com Annie and the Dirty Cats, ensaiou um rockabilly misturado com MPB no Roque Navajo e agora mostra um amadurecimento com José Ferreira & Seus Amigos, regravando composições antigas com mais sofisticação.

E músicas novas em uma surpreendente mistura de Johnny Cash, Bob Dylan, Nick Cave e Jorge Ben. ?Passei por um isolamento emocional e repensei muita coisa?, comenta Gabriel sobre uma temporada que passou no Rio de Janeiro no começo do ano, visitando a cidade natal e também avaliando sua religiosidade e musicalidade.

Na volta para Maringá, Gabriel reuniu novos parceiros musicais, entrou em estúdio e durante dois meses gravou seu disco de estreia. Neste período, batizou a nova banda homenageando o falecido avô, cuja experiência de vida filosófica e sexual era adequada ao rock feito pelo neto.

E, claro, letras que também revelam uma experiência de vida que se duvida pela pouca idade do rapaz. Como em ?Insone?, uma balada meio blues e country sobre os hábitos nem sempre sadios que acabam em um boteco; na poética faixa título, um gospel inspirado em fotos de nuvens que ele posta no blog e o levam a cantar sobre a solidão; em ?Como toda mulher?, uma marchinha sobre o impasse das relações: ?...pra que tanto teatro, meu bem, vamos logo pra cama, ignore o fato de que a gente não se ama...?.

A irreverência fica a cargo do hit do disco, ?O velho 459?. Inspirado pelo ídolo Johnny Cash, que fazia músicas sobre trens, Gabriel fez uma música sobre uma linha de ônibus em Maringá, narrando as aventuras de andar de transporte coletivo na cidade"
Andye Iore, O Diario do Norte do Paraná