Álbum de estreia de Ricardo Marques é um resgate da música da Bahia dos anos 70 e 80


Natural de Vitória da Conquista, Bahia, Ricardo Marques, 40 anos, dá uma pausa nas atividades políticas e sociais para resgatar uma antiga paixão: a música. Assim, nasce, depois de dois anos de trabalho, o seu primeiro álbum autoral, intitulado “Arethé – A Filosofia do Santo Guerreiro”.

O CD trás 12 canções autorais e de alguns parceiros musicais da região e é considerado pelo autor, como um trabalho conceitual que resgata elementos da música produzida na Bahia entre os anos 70 e 80. Entre suas principais influências, três delas participam do trabalho: Luiz Caldas, que toca guitarra baiana, em música homônima; Gerônimo que empresta a sua voz à canção “Kaombo”, parceria com o jornalista Ciro Brigham, que construiu a letra em quimbundo, um dos dialetos mais falados em Angola, onde mora atualmente; e Missinho, ex-vocalista principal e guitarrista do Chiclete com Banana, que além de participar cantando, mostra sua versatilidade no bandolim na canção “Baiano Novo”. Aliás, canção que homenageia o grupo Novos Baianos.

Ricardo Marques faz ainda dueto com artistas regionais consagrados, a exemplo de Nagib, Geci Brito, João Omar (violoncelo), Léo Brasileiro (Guitarra) e MC Supremo, cantor do grupo Complexo Ragga. O cd conta ainda com uma parceria com o cantor e compositor Iolando Fagundes.

A produção das doze canções fica a cargo do Maestro Cleiton Cavalcante (Keké). A capa, toda estilizada em elementos retrô, é criação do ilustrador soteropolitano Ary Falcão e a masterização é de IR DIGITALL, sob a coordenação de Edilton Irmão, que trabalhou muitos anos com o grupo Asa de Águia.

Arethé traz em sua mistura elementos do ijexá, samba, reggae, samba soul e diversos outros ritmos que são elementos do trabalho de grupos como o A Cor do Som, Novos Baianos, entre outros que apresentam sua influência nitidamente em suas doze faixas. O trabalho buscou primar pelo cuidado nos arranjos. Ricardo, que não se considera um cantor profissional, resgatou, neste trabalho, canções compostas nos anos 90 (Michael Jackson do Pandeiro, Palavras medidas entre outras), além de sua produção mais recente (Eu vou aí e Sentimento Puro de Amor).

Arethé é uma expressão grega que significa “fazer aquilo a que o indivíduo se destina”. É também uma deusa grega, irmã da Deusa Harmonia. A imagem de São Jorge Guerreiro representa a luta diária do ser humano em busca de sua essência, onde para viver no Planeta, precisa ser um guerreiro diário contra os dragões da sua própria existência.