JULIETA SUSPENSA

Surgida em algum lugar perdido no tempo/espaço do ano de 2003, a banda, que naquela ocasião respondia por outro nome – não menos achincalhado – é formada - atualmente - por seis indivíduos sub-urbanos, sobreviventes de experiências pseudomusicais anteriores com outros personagens da mitologia local. Os sujeitos são: Alessandra, dona de poderoso arsenal vocal e auto-defensivo; Felipe Mosca, ocupado em produzir os mais detalhados acordes em sua guitarra – nem por isso, quer dizer que ele consiga – e desprovido de qualquer vínculo com o planeta Terra; Anderson, responsável pela emissão de qualquer ruído de guitarra que não seja típico do instrumento; Jinho, um pseudo baixista que tenta adaptar-se; Jorge, guitarrista que se disputa ferozmente com Mosca quem é o mais irritante com o instrumento; Jack (ir), desfavorecido fisicamente porém voraz destruidor de tímpanos com suas pancadas desordenadas nos tambores e pratos (cérebro da banda). Esta formação não é a inicial (os Cristos anteriores pularam fora a tempo).
Todas as canções são composições próprias, contando com processo criador eclético, dada a contribuição visceral de 99% dos integrantes, expressando-se em forma de melodias toda inquietude e ausência de esperança na salvação de suas almas – quase todas permeadas por influência escusas e ingênuas – além de demonstrar ainda, patente necessidade egocêntrica de auto-afirmação.
No fim do 2004 o grupo gravou seu primeiro CD demo humanamente audível, precedido de algumas tentativas frustradas não só, pela precariedade técnica mas fundamentalmente, pela ausência de intimidade com a matéria e, desencontro harmônico-espiritual na operacionalização das músicas. Tal desencontro representa bem a personalidade dos integrantes e é no palco, transformado em fúria e doce manifesto das angústias do ser-rocker-humano.
Gravada sua demo o Julieta Suspensa põe a cara a tapa tocando em alguns pardieiros, além de locais típicos e tradicionais de São Gonçalo (cidade de origem) e Rio de Janeiro, tendo um retorno satisfatório por parte dos corajosos espectadores e colegas pretensos musicistas. A intenção é continuar “fazendo barulho”.