VOCÊ CONHECE UM CABOCLO / MATUTO LÁ DO SERTÃO / UM HOMEM DE POUCA FALA / MAS DE GRANDE CORAÇÃO / TÃO SIMPLES QUE ATÉ PARECE / DE TER SAÍDO DO CHÃO / VIVE DO POUCO QUE GANHA / DAS FORÇAS DE SUAS MÃOS EM SUA VELHA CABANA / JÁ TORTA QUASE TOMBANDO / A ESPERAR PELOS FILHOS / QUE FORA ESTÃO ESTUDANDO / PRA MELHORAR SUAS VIDAS / DEIXARAM OS VELHOS CHORANDO / CONTANDO HISTÓRIAS E REZANDO / PRO TEMPO ASSIM IR PASSANDO / SAI OS DOIS PARA O ROÇADO / PARA O PLANTIO DO FEIJÃO / PARA TER O QUE COMER / E NUNCA FALTAR O PÃO / A VIDA SEMPRE É DIFÍCIL / PRA QUEM VIVE NO SERTÃO / ENFRENTANDO O SOL QUENTE / PRA POR SEMENTES NO CHÃO / SE O BOM TEMPO DEUS LHE DER / LÁ NA ROÇA É SÓ FARTURA / MAS SE A CHUVA NÃO VEM / A VIDA SE TORNA DURA / A LAVOURA TODA MORRE / ACABA TODA A DOÇURA / E PROS DOIS LÁ DO SERTÃO / SÓ LHE SOBROU AMARGURA / HOJE JÁ SEM ESPERANÇA / OLHAR PERDIDO NO TEMPO / SEUS PENSAMENTOS VÃO LONGE / TÃO RÁPIDO QUANTO O VENTO / SAUDADE APERTA NO PEITO / DE FORMA QUE NÃO TEM JEITO / E OS DOIS VELHINHOS CALADOS / MAS DEMOSTRANDO RESPEITO / SE HOJE NÓS TEMOS TUDO / PARA COMER NA CIDADE / DEVEMOS A ESTE HOMEM / QUE SOFRE DESIGUALDADE / DEIXANDO O SUOR NO CHÃO / E DESBRAVANDO O SERTÃO / DEU PRA NÓS TODO CONFORTO / SEM SOFRER UM ARRANHÃO / EU ESTOU AQUI CANTANDO / COM AMOR E COM CORAGEM / FOI PRA VOCÊ QUE EU FIZ / ESTA SINGELA HOMENAGEM / OBRIGADO MEU AMIGO / HOMEM SIMPLES E GENTIL / FICA AQUI O MEU ABRAÇO / DO TAMANHO DO BRASIL /