Tem um pouco de mim por aquelas estradas, Nas paisagens distantes dos morros azuis, Nas antigas igrejas e nos casarões, Na penumbra soturna dos velhos porões, Tem um pouco de mim pelas folhas no chão, No resto de sol a sumir no horizonte, Na flor castigada pela estiagem, No mormaço ardente fazendo miragem, Tem um pouco de mim nos resquícios de chuva, Na aragem suave por entre as folhagens, Na neblina que cobre com véu a lagoa, Na simplicidade de sonhar à toa Tem um pouco de mim que ficou no silêncio, No vazio das palavras ainda não ditas, Na aflição do um aceno de uma despedida, Na dor lacerante de uma partida.