CHEGUEI DE SURPRESA APEEI DO MEU BURRO, PRENDI ELE EMBAIXO LÁ DO JAMELÃO, TIREI TODA A TRALHA, PUS DEPENDURADA NA PONTA RACHADA DE UM VELHO MOURÃO, JOGUEI OS BAIXEIROS PRA ELES SECAREM POR CIMA DA CERCA FEITA DE CAIXÃO, UMA CORDA BEM LONGA UNIDA AO CABRESTO DEIXEI AMARRADA RASTANDO NO CHÃO, PORQUE O DANADO DO MEU BURRO PRETO SÓ TINHA O DEFEITO DE SER BEM FUJÃO, DEPOIS DE SEGUIR POR MESES NA ESTRADA TOCANDO BOIADA ROMPENDO ESTRADÃO, ME SINTO CONTENTE NO MEU AMBIENTE, POR ESTAR DE NOVO PISANDO ESTE CHÃO, VIM SÓ DE PASSAGEM MATAR A SAUDADE TRAZENDO COMIGO O PÓ DO SERTÃO, POIS FOI ESTA LIDA POR MIM ESCOLHIDA E É DELA QUE FAÇO A MINHA PAIXÃO, A DOMA DA TROPA E EM MEIO A JORNADA, LAÇANDO NA LARGA POR QUALQUER RINCÃO, EU FIQUEI DE LONGE OLHANDO MEU PAI QUE ESTAVA AGACHADO BEM JUNTO AO PILÃO, NA ESCORA ENCOSTADO O MONJOLO PARADO NA HORA QUE ELE REPUNHA OS GRÃOS, MAMÃE COM A PENEIRA ABANAVA O CAFÉ ENQUANTO AS CASCAS FORRAVAM O CHÃO, BRINCAVA INOCENTE COM TODA DOÇURA MEU IRMÃO CAÇULA QUE FOI TEMPORÃO, FAZIA O ALMOÇO COM TODA CERTEZA, MINHA IRMÃ TEREZA DE LADO AO FOGÃO, SÓ FUI PERCEBIDO DEPOIS DOS LATIDOS NA FESTA QUE FEZ O CACHORRO CARVÃO, FOI MUITA ALEGRIA FICAR ESTES DIAS COM AQUELES QUE VIVEM NO MEU CORAÇÃO, TIREI DA GUAICA A QUANTIA GUARDADA PEDI AO MEU PAI PRA COMPRAR PROVISÃO, PERFUME, TECIDO O QUE FOR PREFERIDO, TAMBÉM UM BRINQUEDO PARA MEU IRMÃO, SE ELES EU DEIXO É PORQUE SOU DO TRECHO, EU SIGO O DESTINO E DESDE MENINO, EU QUIS SER PEÃO!