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- Otaonda33 plays
- Quemelê101 plays
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- Estrela do Oriente503 plays
- Circular60 plays
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"Isso. _Dês'jeito, hássim!
Assim que lentamente, nota por nota, cada instrumento, numa secura que só é preenchida pelo sopro do silêncio, o som vem e vai... Isso; talvez.
Assim escutando e entendendo, música feita de incompreensão em tempo, como goteira que cai de telhado partido, fazendo barulho. A dureza é insustentável e isso dá para se ouvir dos tique-taques, entrepausas e entrenotas. Os passos, instrumentos que pouco a pouco dão um caráter enxuto às frases musicais, sem enjôo, sem sobra e sem falta.
Há quem vê também de um jeito mais de cá do que a gente conhece. O que sugere uma semelhança compassada com muitos outros estilos musicais presentes em nosso som ambiente. A semelhança é sincera parte de influências musicais diversas, mais fortemente ligadas a épocas passadas e futuras. Quase uma nota só marca uma tensão, uma frase de baixo entre uma pausa e outra e um silêncio no final, marcado pela bateria e guitarra, quase mudos. Um vocal que traz notas que, até então, não estavam presentes na música como um todo e dá um caráter inusitado à tudo.
A melodia que afia os ouvidos prum desafio ao que é da ordem do musical. A bateria como que tateando o chão, o baixo-baixo, alto, e a voz, no entrepeso. Entre... convite feito, mãos dadas ontem, dedos dados, entregues.
Dizer tudo isso né nada, coisa sem importância ao que ressoa. Passeio... o sol, no finzim de tarde, fio de luz ao longe, laranja, respira, solto, o ar; preso.
Nada se sabe. Nada se pode dizer, a não ser isso. Isso.
Talvez isso. Talvez laranja o sol se põe. Já volto. Té manhã."
Samir Honorato - Psicanalista e amigo