Meu garanhão Dinamite era igual um pensamento Ganhava a vida em seu lombo e dormia no relento Tropeando boiada alçada e atravessando sertão Boiada era de peso que não frouxava o garrão Pra tirar a tropa do mato foi grande a confusão Dois cachorro' de respeito, o Tigre e o velho Leão Um só pegava na venta e o outro no garrão Eu e o velho Dinamite só mostrando a direção Pra tirar a tropa do mato, cruzamos diversos rios Quando chegamos no campo eu senti um arrepio O soberano da tropa disparou p'a uma canhada Lavrando lançante a casco e não respeitava nada Saímos à cata dele como quem vai para a guerra Os dois cachorro' pegando, pareciam duas fera' Eu e o velho Dinamite mudamos a direção Confundindo o soberano para evitar confusão O soberano, um touro ligeiro igual furacão Co'a venta toda rasgada e sem couro nos garrão' Partiu pra cima de nós berrando pra arrebentar Eu abri o Dinamite dando lado pra passar Se fomos naquele rolo, todos grudado' num só Saltando lasca de couro e pedaços de mocotó Pouco antes dos cem metro' o bicho berrou nos tento' Da carne dele fiz charque e do couro arriamento